domingo, 8 de março de 2015

Tide of Iron é bom??

Ontem joguei o Tide of Iron pela primeira vez. O jogo surpreendeu, foi além do que imaginava, afinal como apreciador de hex and counters, miniaturas são irrelevantes para mim, principalmente em jogos estratégicos, mas no caso dos táticos são um charme adicional interessante.
O Tide of Iron, cumpre bem sua proposta, realmente os detalhes táticos aplicados, as diferentes armas, tipos de unidades, efeitos, mobilidades, ações são bem coladas ao jogo tema. Ainda que essa primeira partida, travada entre dois grupamentos de infantaria, americanos e alemães, simulando um combate no qual o destacamento americano deveria tomar um entroncamento rodoviário, controlado pelo grupamento alemão em menor número, mostrou-se bem balanceado, no qual a vantagem da posição, somada ao fator tempo (um simples  e eficaz mecanismo para balancear partidas assimétricas).
Como disse anteriormente,  acabou por ser uma partida bem equilibrada, na qual tanto ataque como defesa foram obrigados a adotar táticas diversas para tentarem chegar ao seu objetivo, inspirado em ações típicas das ações militares para estas situações.


Para quem esta familiarizado com jogos de guerra , principalmente os hex and counters de nível operacional, o Tide of Iron  não esta nada longe deles, não supera o ASL e outros similares, afinal o detalhismo destes é absurdo. Mas trata-se de um jogo tático, operacional ( para quem preferir), onde as formações e combinações entre soldados regulares, veteranos, oficiais, times de metralhadoras e morteiros, requer um pouco de entendimento do que seria a realidade.
Então começa aqui um aspecto importante, que reflete durante a partida. Formar os esquadrões, afinal o poder de ataque é variado em função destas escolhas, situação que pode não ser bem aproveitada  na primeira vez.
No circulo o objetivo americano, 
as linhas em vermelho as posições alemãs.


A disposição das unidades sobre o cenário, é outro fator importante, afinal a cobertura de obstáculos naturais ou artificias é necessária e o Tide of Iron não podia ignorar estes fatores, como de fato não faz. Então ao dispor as unidades é necessário observar bem a área do confronto, para obter o melhor efeito.

A mobilização das unidades ( sempre de três em três), levadas a cabo ao mover os esquadrões, realizar assaltos, tomar nova posição ou atacar, é um limitante que torna-se extremamente tático. Escolher se um esquadrão, permanece em posição apenas para tentar um ataque de oportunidade e evitar avanços do oponente, são ações simples mas muito fortes do jogo. Diria que foi ai que simpatizei com  o Tide of Iron, pois o que pode parecer burocrático, é na realidade a alma do sistema tático, que se ignorado, deixa o jogo aleijado e sem o seu melhor. A combinação destas jogadas tanto para quem defende como ataca, deixam a partida sempre sujeita a reviravoltas, na qual a reação adequada do oponente nem sempre é possível, dai refletir muito bem os aspectos táticos de situações reais.

A resolução dos combates também é bem interessante, não único entre os jogos de guerra,  e leva em conta o poder de fogo das armas como metralhadores, ou efeitos dos ataques de morteiros sobre uma determinada área.  A distinção dos tipos de infantaria dividida entre regulares, veteranos, oficiais também é bem observada, digo bem aproveitada dentro de um sistema de jogo tático, como o Tide of Iron.



O elemento que menos chamou atenção, mas que cabe bem durante a partida, são as cartas. Não são tão importantes ou influentes a ponto de quebrar o jogo,  permitem ações pontuais e de momento para salva guardar o jogador de algumas situações. Podem mudar o rumo da partida, mas não de forma decisiva, então para mergulhar de vez no jogo, refletem situações na maioria dos casos inesperadas, que bem fazem parte dos confrontos.

Então senhores, Tide of Iron por esta série de detalhes agradou bastante, não é difícil de me convencer a jogar novas partidas. A arte, miniaturas são boas, alguns aspectos de escala não obedecidos, nada preocupante. O mecanismo todo funciona bem, o jogador realmente se vê as voltas de situações táticas e decisões.

Tive o prazer de novamente enfrentar o Rafael Furlaneto, que sempre se mostra um ótimo adversário, bom conhecedor das táticas de guerra empregadas em jogos de guerra, travamos com certeza uma grande partida

Apesar da progressão procurando o abrigo 
das construções ( luta de casa em casa) e assim evitar o fogo 
de apoio das unidades alemãs na colina , 
o tempo não foi o suficiente para tomar o objetivo.


Fica a recomendação, se você procura um jogo que faz bom uso de unidades, sua aplicação tática, efeitos diversos... um conjunto de regras adicionais que só agregam mais detalhismo.... gosta de miniaturas para dar um toque especial ao jogo....um sistema de combate bem  avaliado e observando o poder de fogo das diferentes armas, Tide of Iron vai preencher estas lacunas com facilidade. Não é um jogo para ser jogado como War, Axis&Allies, dizimar tudo a sua frente, ele tem mais que o suficiente de mecanismos e possibilidades para você aplicar as táticas de guerra, similares as reais, isso faz do jogo uma ótima opção para você.

Grande Abraço!

2 comentários:

  1. Semelhante a esse temos o Conflict of Heroes...que também acho muito bom...

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    1. Verdade Bira, Conflict acho ótimo para colocar para o pessoal que nunca jogou, ele tê um aprendizado em etapas, o que facilita a assimilação do funcionamento, além de arte ótima.

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